Vivendo e Aprendendo

Fui dar uma de moralista nesse artigo (Sexo desguarnecido e suas consequencias) sem antes entender onde realmente o problema se encontra.
Lembro-me perfeitamente de minha mãe dando banho em mim e me arrumando pra ir pra escolinha. Com uma escova preta ela penteava meus cabelos, os repartindo ao meio, no estilo "boi lambeu". Eu ia todo saltitante pra escola, despreocupado com os problemas da vida.
A medida em que o tempo foi passando, fui sendo apresentado aos poucos à realidade. Comecei a ter que tomar banho e me vestir sozinho, o que representava um avanço em relação a minha independência. Pouco tempo depois, ir para escola desacompanhado, mostrava que eu já estava virando um "rapazinho". Anos se passaram, responsabilidades foram sendo atribuídas à minha pessoa, e aqui estou. E hoje, assim como dizem que acontece antes da morte, passou um filme na minha cabeça...
Minha mãe veio com uma cartela de camisinhas e tacou na minha frente dizendo: "-Toma ai, to sabendo das suas paquerinhas, vê se toma cuidado."
Tá, tenho 18 anos e isso é uma preocupação normal de todos os pais. Mas espera aí. Essa é a minha mãe que outro dia estava me dando banho e me arrumando pra ir pra escola.
Quando tomei consciência disso, tive certeza de que a vida realmente passa rápido. Me senti como uma criança 5 anos. Fiquei totalmente sem ação e muito sem graça. E percebi a barreira e a distância que pode existir entre pais e filhos quando o assunto é sexo.
Então cheguei a conclusão, de que assim como a progressão ritmada das minhas responsabilidades, falar sobre sexualidade com os filhos, tem que ser algo gradativo. Não é responsabilidade do governo e sim da família.

Fica ai minha retificação.


[]Ruan Luiz